Recomendo que leiam livros. São muito mais proveitosos e melhores escritos. Mas, se optou em acompanhar o que chamo de minhas anti-matérias, esse blog busca relatar o dia a dia de uma mulher que vive suas emoções, ilusões, desilusões, amores, fantasias e aventuras. Enfim! Sempre querendo fazer diferente, pois aprendi que o pior defeitos de uma mulher é ser uma mulher comum.
FOI - SE O TEMPO!!!
AOS MEUS AMIGOS MACHOS, PRA KRALHO.
RETROSPECTIVA 2009 x PERSPECTIVAS 2010
É pegar ou largar!
PRODUTO GENUINAMENTE SERTANEJO.
A - PAAAAAAAI - XO - NEI !!!
DEPOIS EU CONTO.
EU, MULHER - POROROCA.
A noite, me coloquei toda fofa e fiquei esperando P.B vir me buscar. Ele chegou exatamente ás 21h conforme o combinado. Desci alegre e saltitante, mas antes de abrir a porta de casa, minha irmã que não sabia se colocava a latinha de cerveja no ouvido e o celular na boca gritou – “Já vai, né piriga”?! Rir da cena, e fui em frente. Antes de subir na moto, fui recebida com um abraço gostooooso e demorado de quem parecia saber que isso era exatamente o que eu estava precisando nos últimos dias. Ele me deu um beijo na orelha e aproveitou para falar num sussurro. “-Você está linda... sentir saudades do seu cheiro, minha doidinha”. Então saímos por aí sem muita pressa, pois a noite só estava começando. Já na festa, eu um pouco desambientada, pois forró não é a minha praia, e só tinha então uma saída, me divertir de qualquer maneira. Nem que fosse com as investidas de Dom Pedrito e os comentários que fazíamos do povo e das músicas. Quando me dei conta, eu mesma já estava fazendo a minha própria festa. P.B me mantinha ali protegida e segurava a minha mão o tempo todo, orgulhoso de não sei o que. Percebi naquele momento a vida é boa demais pra mim e que isso precisava ser comemorado. E que embora não tenha achado ainda a minha cara-metade, aquela que me completaria e que seria a tampa do meu balaio, o último biscoito do meu pacote, o meu porto-seguro, EU tenho as MELHORES pessoas do mundo ao meu lado. Tenho saúde e disposição, tenho uma CABEÇA que pensa e um CORPO que fala, tenho mil maneiras de conquistar os meus objetivos e principalmente. TENHO QUEM FAZ MUITA QUESTÃO DE ESTAR COMIGO. Meu tio tem razão. Eu sou “profissa” na arte e na vida. E é essa a Luciana Lopez que todo mundo gosta de ver. Uma pororoca!
FRANKENSTEIN...o homem ideal!
Alto da Maravilha, esse nome é lindo, é poético e inspirador.
E eu fico ainda mais inspirada com a possibilidade de pagar R$12,00 reais por meia dúzia de qualquer marca de cerveja nesse lugar. Imagine isso num fim de mês com os bancos em greve, os pagamentos em cheque e o cartão de saque bloqueado! Não poderia haver nada pior se não fosse o Alto da Maravilha. O fato de lá só tocar música ruim e a falta de conforto do ambiente a gente sublima em nome da divina providência. Então!? Numa dessas, conversando justamente sobre isso, e outras mazelas do dia a dia, a pessoa me surpreendeu com uma pergunta nada básica: – “Afinal Lú, o que seria seu homem ideal?”. Púuuutz, que pergunta difícil! Pensei: - “Homem ideal? Isso existe? “ Ultimamente estou indo pelo critério de exclusão mesmo. O que as outras estão descartando, eu to pegando kkkkkkkk Adoro gente com defeito, pois são justamente os defeitinhos que dão sabor a relação. Eu acredito nisso sinceramente. Mas, vamos lá. Talvez juntando cabeças – troncos - membros e assessórios dos homens maravilhosos que passaram na minha vida quem sabe isso dar um homem ideal, né?!O pior é que eu só tive UM namorado no oeste, e uns CINCO ficantes aqui no sertão. Isso em termos de conhecimento sobre o universo masculino não completa nem meio homem, imagina um homem ideal inteiro! Gente, meu passado romântico é tão pouco explorado que até parece a famigerada letra da música Calypso, -“como uma virgem”. Calypso?! Tô andando demais no Alto da Maravilha! Deixa-me definir essa questão da seguinte forma: se eu descartasse os defeitos e pegasse só as qualidades dos meus antigos romances ou “finados” como dizem por aí, daria para fazer assim como fez o Doutor Henry Frankenstein ,o meu próprio Frank. E se não der, eu incluo um certo Amor Platônico armado e perigoso chamado Ch... Vai dar certinho! Como fala o serial killer, vamos começar por partes: Do meu ex-namorado J.A- Um homem que não se faz mais daquela maneira. Saiu em 98 do Sul do Brasil para o Oeste da Bahia só com sua formação acadêmica, uma pick up modelo antigo e algum dinheiro na conta poupança. Hoje é um profissional renomado, proprietário de uma construtora de sucesso e dono de várias pick ups modelos ponta de linha. Fisicamente, embora já esteja chegando aos 50 anos, continua cada dia mais bonito e mais disposto do que antes.
Eu tiraria dele para montar o meu Franck, os olhos de lince e os ombros largos de Hercules. Quanto às características, o seu espírito empreendedor e o potencial produtivo. Além claro, da sua preocupação constante com o meu bem estar, pois embora não seja mais meu namorado, está sempre segurando as minhas ondas. Dos meus cinco pegantinhos :
P.B – Queridíssimo. Apesar de muito tonto, acredito que por conta da idade, ele até que é cheio de boas intenções e seria capaz de qualquer coisa para me satisfazer. Não por meus belos olhos verdes que não os tenho, mas porque ele é assim com todo mundo. E é o único cara que conheço que tem o dom, a doença, ou o distúrbio de estar sempre sempre sempre disposto a “brincar”. Esses dias eu o encontrei na rua em pleno meio dia, um sol de rachar, desses que desanima qualquer filho de Deus. Daí quando ele desceu da moto para me dar um abraço, já estava visualmente “disposto”. Quanta testosterona num homem só!!!! L.E – Ele é todo saúde e adepto de uma vida livre e solta. Um homem que sabe o que quer e quando quer corre atrás meeeesmo. E sem perder a esportiva. Tem muitos amigos, e amigas até demais. Muito divertido essa criaturinha. Adoro ele. Só que por conta dessa energia que ele libera o dia todo, quando chega a noite o rapaz fica adepto de outro esporte chamado DVD (deita vira e dorme) Ninguém merece. Acooooooooooooooooorda Zé!!! G.L – Baladeiro de primeeeeeeira. Super alto astral e gastador igual a mim. Éramos dois doidos perdidos nas madrugadas do sertão atrás de festa festa festa. Foi uma fase muito legal que passei com o Guguinha. Tinha dias que a gente saia só para dar risada um do outro. Parecíamos crianças, pois era uma privação total de sentidos. Mas o ano passado (2008) foi para as bandas do EUA e hoje a gente só se comunica via e-mail. Com certeza ele vai ler esse post! E.M -. Sofisticado, inteligentíssimo e super dono de si. Ele seria eu de saia se tivesse nascido mulher. (kkk) Ali eu aproveitava tudo de físico por que ele é muito gostoso. Mas descartava completamente as características psicológicas por que ele é muito louco também. Tá com o Dudu é alguma coisa parecida com brincar de roleta russa. Hô sujeito sem noção! Alguém tinha que ter juízo nessa história toda. Dessa vez fui eu. B.W - foram os 35 dias mais perdidos da minha vida (*%#@&¨#) Nada se aproveita dali. Essa criatura não me rendeu nem uma historinha deste tamanhinho aqui ( “ ) Aff! Que falta de discernimento da minha parte... carência faz disso com uma mulher. T.H –Só para ter idéia, ele me rendeu os três últimos posts desse blog. Então eu não preciso falar mais nada de tão especial que ele é. Masssss caiu na mesma armadilha de Narciso, aquele da mitologia, que deslumbrado com a própria imagem (que eu construir) a criatura começou a cobrar ágil. Feio, muito feio... E como todos nós sabemos, igualmente a Narciso, T.H acabou tendo o mesmo destino. É... não tem jeito, vou ter que apelar para o Platônico mesmo! Ch... Como eu disse antes, ele é todo grande, armado e perigoso. O que me daria o privilegio de ter proteção domiciliar, e a deliciosa possibilidade de receber todos os dias uns bacorejos horas de mão, outras horas de língua e depois ser enquadrada com as seguintes frases ditas no português mais rebuscado da região do Vale. Ch: “- Você está sendo presa; tem o direito de permanecer calada”...ou não. Não tem direito a um telefonema, nem de avisar a seus familiares e muito menos à presença de um advogado. O que você disser a partir de agora poderá ser usado contra você mesma... Você está ciente dos seus direitos?”“. EU, num sorriso safadinho: “- Sim amor!” E tudo isso algemada a cama. Iria aprontar muuuuito só para tirar proveito desse fetiche ambulante chamado Ch. Eu queeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeero!!! O resultado final seria o seguinte. Uma criatura com mais ou menos 1.90 de altura; nem gordo nem magro; num tom de pele até então desconhecido; um cabelinho meio baixo com umas mechas aloiradas; uma perna diferente da outra; costas e braços tatuados; um olho azul e outro verde; talvez até um terceiro olho como um ciclope; e como vai levar de herança toda a bagagem intelectual e psicológica de todos os meus antigos amores, talvez tenha até uma tendência psicopata. BIZONHO! Quero nãoooooooooooooooooooooooooooo! Bem... Acredito que depois dessa, eu vou ter que continuar no critério “exclusão” mesmo. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk FIM!
SUITE Nº 05, POR FAVOR!
A PROFECIA FEZ-SE ALI.
HUMANOS.... SERES INSACIÁVEIS.
A MINHA PELE TEM O FOGO DO JUIZO FINAL
NÃO FOMOS NÓS...Foi a Lua.
Considerada o astro dos deuses, a Lua, esse ser celeste mais próximo de nosso planeta, vem através da história inspirar adoração religiosa, lendas, músicas, astrologias, literatura e romances. Sim! Romances. Pois exerce uma grande força de atração gravitacional sobre a Terra e por tudo que está sobre ela.
A Lua representa o arquétipo de matriz e origem de todas as coisas, e por representar a matriz, a Lua tem um princípio feminino a sensibilizar mais ainda as mulheres, tanto no físico como no psicológico.
E tendo esses princípios femininos ao extremo, me vejo tanto física quanto psicologicamente, influenciada também. Pois até de forma astral, embora nascida Leonina do primeiro decanato e tendo como regentes a terra e o fogo, ainda assim, termino em câncer, que é dominado pela Lua. Então, por natureza torno-me um ser em eterna mutação. E a Lua, esse astro provocante, sabedora dos efeitos sobre mim, nessa última virada, mexeu comigo mais uma vez. Se a Lua exerce uma grande força de atração gravitacional sobre a terra, provocando as marés, imagine o que faz conosco simples mortais, que somos na nossa quase totalidade, fluidos?! Tudo que havia de lágrimas, sangue, suor e cerveja se misturaram provocando uma verdadeira Pororoca de proporções devastadora e incontrolável. Me deixando cheia de caprichos, e tirando o foco de tudo prático que me propunha a resolver nos últimos dias. Mas, a natureza age a favor da vida... E para que seja vida, é preciso se misturar, se fundir, se amar. Nesse propósito a natureza confabulou para tranformar o que era para ser um simples encontro, num encontro de almas com a chegada do crepúsculo. E resultando numa interminável sessão de entregas.
E aquele Homem que aos meus olhos no inicio do dia não passava de um predador, estava ali doce e tranqüilo na minha frente, despindo a minha alma, arrancando os meus segredos, esses mesmos segredos que me tornava um ser frágil e vulnerável. Em troca ele me oferecia colo, me decifrando inteira, disposto a me devorar se preciso fosse. Mais tarde, agora num descampado a beira do rio, rodeados de uma vegetação tipicamente sertaneja e tendo a Lua como testemunha, ela toda orgulhosa aguardava lânguida e premeditada os efeitos que tinha provocado. Naquele cenário, estávamos nós, criaturas forjadas a Ferro (ele) e a Fogo (eu) decididos a transformar aquilo tudo num outro elemento chamado PURA PAIXÃO. E para que essa fusão acontecesse, tínhamos por instinto a certeza de que tudo deveria ser de forma lenta... muito lenta...apreciada... degustada. Eu sendo o Fogo, só podia arder na minha máxima combustão, e ele sendo o Ferro, se derretia dentro de mim sem oferecer resistência alguma. Pois estávamos exercendo as nossas funções elementar da natureza das coisas. Com ternura, mas sabedor do poder fálico de sua voz em mim, murmurou assim no meu ouvido: “-olha a lua, fique olhando pra ela” Então fiquei. Antes eu era um mar revolto e que passava a ser então pura calmaria. Afinal, fez-se Lua Nova... Nova assim como a sensação de ser abraçada por ele daquela maneira afetuosa, onde serpenteava a língua no meu pescoço e me beijava como quem chupa uma fruta vermelha e suculenta. Ele era todo entregue aos acontecimentos e sabia que não tinha a menor necessidade de me provar mais nada.
Arrepiei-me como se todo o inverno tivesse enfiado sob a minha pele e na minha boca a luz gélida do Luar.... do Luar do Sertão. Os fluidos eram trocados por todas as vias. Bocas coladas, mãos escorregando, cheiros se misturando, sussurros suados nos ouvidos contando segredos inconfessáveis, e lágrimas... lágrimas de felicidade. Meu coração acelerado era uma barragem inútil que não segurava a pressão daquela fúria chamado amante. E foi se abrindo em fendas, estremecendo as paredes, soltando aos poucos tudo que eu havia represado dentro de mim. E não agüentando mais, explodir num gemido surdo de fora para dentro deixando a minha respiração descompassada. Mas tudo bem... Era um universo inteiro a ser explorado ainda. Um universo em forma de homem nú, belíssimo em todos os aspectos, viril e descaradamente repleto de desejos, que ali comigo não representava apenas músculos, pois havia também o tesão estampado em seu semblante que o deixava ainda mais gostoso. Era mais do que sexo, era dança e era poesia. Era atração de almas, e sensações expostas num frenesi marcado pela disritmia cardíaca e cerebral. Mas, para que cérebro mesmo??? Minutos pareciam horas, até vir o esperado e inevitável jorro explosivo de textura viscosa que molhou o meu rosto, entrando pela boca, descendo pela garganta, entupindo as narinas, molhando até os olhos e deixando no meu corpo a fragrância inconfundível do desejo satisfeito. (...) (...) (...) Fomos mais que pulsão sexual. Fomos só sensualidade aflorada. Fomos mais que duas criaturas sem pudores e sem pecados. Fomos os escolhidos para sermos vitimas do feitiço da Lua naquela noite. E foi um momento lindo. De volta para casa uma brisa suave lambia nossos rostos e refrescava nossos corpos. Já no meu quarto abrir todas as janelas para que a luz do céu entrasse. E sem forças, deitei sem me importar com mais nada, pois só queria dormir impregnada de luz, de relva, de orvalho, de seiva, de vida e de pura PAIXÃO.
Um Puro Sangue chamado HALLS.
12 ATITUDES PARA PERDER UMA NAMORADA.
Esse post é endereçado as minhas Irmãs-Primas-Amigas Amazonas e para os “cuecas” que se acham.
NÃO SEI COMO VAI SER MAS SEI QUE VAI SER BOM DEMAIS.
DE GUERREIRA PARA GUERREIROS
Sucesso, reconhecimento, fama, glória... Muito de nós lutamos por motivos assim. Mas não se constrói um bom nome da noite para o dia. É preciso trabalhar muito.
Ainda que haja tropeços e quedas é preciso superar os obstáculos.
É preciso ter motivação, perseverar, insistir... A vida é uma sucessão de batalhas. Emprego, família, amigos: todos nós temos um status atual. E temos também expectativas em relação ao futuro. No entanto, as reviravoltas do destino nos surpreendem. Nem sempre dar para fazer só o que gostamos. Mas aquele que gosta do que faz e sente orgulho de fazer melhor, a cada dia vai mais longe.
Há momentos de calmaria... E há momentos agitados...decisivos em que a boa intenção não basta. É quando a vida no cobra coragem, arrojo, criatividade e um inabalável espírito de luta. A verdade é que os problemas e os reveses ocorrem com maior freqüência do que gostaríamos. Os tempos mudam... surgem novos desafios e novos objetivos. Os guerreiros olham nos olhos o futuro, sem medo e sem arrogância, mas com a confiança de quem está pronto para o combate. Viver é também está preparado para as situações difíceis. O modo como encaramos as dificuldades é que faz a diferença.
Às vezes nos perguntamos:
- Como enfrentar as mudanças radicais que se apresentam diante de nós?
- Como atuar num novo cenário onde coisas que fazíamos tão bem precisam ser reaprendidas?
- Como lutar sem deixar para trás valores fundamentais?
- E mais: como saber a medida exata a ser tomada no momento certo?
O incrível é que justamente diante das situações adversa muitos redescobrem o que tem de melhor. A ética, a amizade, a capacidade de criar novas estratégias, fundamentadas na experiência, o talento de promover alianças positivas. O espírito de liderança.
A consciência da força que reside no verdadeiro trabalho em equipe, tudo isso aflora quando as circunstâncias exigem quando se sabe que existe um objetivo maior a ser alcançado. Claro que não é fácil abandonar hábitos, costumes...não é fácil adaptar-se aos novos meios, ou usar recursos aos quais não estávamos familiarizados.
Mas todo guerreiro sabe que pessimismo e insegurança nessa hora só atrapalham. Ainda que a ameaça venha de vários lados, com agilidade, força e determinação, podemos alcançar o resultado. A combinação de energia, inteligência, assim como o equilíbrio entre a razão e a emoção são fundamentais para o sucesso. É uma sensação extremamente agradável chegar ao fim da etapa com a consciência do dever cumprido. E obter a consagração e o respeito de todos. O reconhecimento dos colegas... a admiração das pessoas que amamos...ouvir o próprio nome com orgulho. Aquele orgulho de quem viu nos obstáculos a oportunidade de crescer. O orgulho de quem soube enfrentar as turbulências da vida e vencer...
O orgulho de ser um vencedor que não abriu mão dos seus valores fundamentais.
DEUS E EU NO SERTÃO...música de Victor e Léo. E trilha sonora desse post.
LIGA DA JUSTIÇA DO SERTÃO
- TRABALHO DURO E MEREÇO RESPEITO! –
NOVO LANÇAMENTO LUCIANA LOPEZ - PRODUÇÕES.
20/06 - DOIS ANOS MORANDO NO SERTÃO
Exatamente há dois anos atrás, ás 16h30 chegamos todos da minha família ao sertão. Viajamos em comboio (três carros de passeio e uma moto dentro do caminhão de mudança que vinha na frente abrindo caminho) Pense nisso como sendo uma visão sofisticada de uma família de retirantes. Foi uma viagem muito boa, o tempo estava nublado, sem previsão de chuva e fazia um friozinho muito gostoso. Não tínhamos pressa. Parávamos a cada cidadezinha, deslumbrados com as paisagens que horas lembravam as obras de Graciliano Ramos misturadas com os romances picantes de Jorge Amado. Por onde passávamos havia um clima de festa com bandeirolas enfeitando o comércio e o forró comendo solto nas rádios locais. É... Agora era realidade, estávamos de fato pisando em solo nordestino. (Barreiras é uma mistureba de Brasília, com ritmos goianos e tradições gaúchas). A proposta de vir morar aqui foi no intuito de darmos um “up grade” em nossas vidas acomodadas. Lá na querência havia uma sensação de zona de conforto. Já éramos por demais conhecidos, já tínhamos as respostas de como seriam os nossos dias e a certeza que dali era só cumprir o ciclo de existência. (nascer-crescer- reproduzir- envelhecer - morrer). Onde que isso combina comigo?!?!?! No primeiro ano vivíamos como turistas. Gastamos um dinheiro louco!!! Afinal, tudo aqui é mais barato... ou Barreiras era mais caro?! Sei lá! O importante era está em todos os lugares e conhecer todas as pessoas. Já no segundo ano... Bem! Estamos numa terra abençoada por Deus em termos de produtividade e beleza. Mas completamente dominada pela cultura de exploração da mão de obra local. Trata-se de um clamor geral propagado não só pela classe de prestadores de serviços gerais, mas principalmente (acredite) pelos profissionais de formação acadêmica. Entre esses alguns amigos e primos advogados, publicitários, engenheiros, contabilistas e até um médico. Todos, sem exceção, vitimados por um verdadeiro sistema de castas, não da novela das oito, mas do sistema feudal atrasado do século XIX. Onde o empresariado arranca o pêlo, o couro e o osso do proletariado, independente deste saber fazer contas só com os dedos ou ser Phd em exatas. Isso tudo por um salário de fome. Algo parecido com Caminho das Índias X Brasil colônia = 0 X 0 no placar do desenvolvimento do Vale. E ponto para os cartolas seguidores do diabo, que aqui numa terra de evangélicos a palavra diabo tem tanto ou mais conotação que o nome de Deus. ( isso é assunto p/ mais um post). Morar numa região com um potencial incrível e não ter oportunidades é a mesma sensação de andar numa Ferrari montada sobre quatro rodas de carro de boi, subindo a ponte segurando o freio de mão no que diz respeito a trabalhos, projetos e amigos também! Amigos sim, blogueiro! Explico: Existe uma divisão mais que territorial. Na verdade uma divergência local. Baianos e Pernambucanos não se entendem por aqui. Sendo que o que separa as pessoas é só uma única ponte. Algo que deveria funcionar como um elo de ligação e acaba por se tornar um divisor de águas. TODO MUNDO DESCONFIA DE TUDO MUNDO!!! Acredito que seja por achar que estaria esse, falando com o vizinho do outro lado da ponte. Mas nem só de pão vive o homem... E sem querer fazer verso, digo que Petrolina e Juazeiro são arenas de formar guerreiros. Esse mesmo guerreiro que existe dentro de você que está lendo esse post agora. Afinal quem consegue conviver e vencer todos os dias os leões da desconfiança, da criminalidade, da falsidade e do desrespeito sem se desvirtuar, acaba por forjar seu próprio caráter. E eu com isso?! Sendo baiana-mulher e guerreira - faço como estou fazendo agora... Estou tranquilamente sentada a beira do cais num fim da tarde, admirando o pôr do sol mais lindo do mundo, tomando um dos melhores vinhos produzidos em nossas vinícolas, num friozinho gostoso e digitando esse post com o firme propósito de me fazer entender através do teclado desse computador. Aproveito para encerra me apropriando da poesia do pernambucano Geraldo Azevedo, um petrolinense que diz o seguinte: “-De todo lado é bonito, são dois estados de espírito, no meio fico e não nego. Navego no Velho Chico...”.