BAILE DE MÁSCARAS

Convidaram-me para uma festa, coloquei o que tinha de melhor em mim e fui. Chegando lá fui avisada que era um baile de máscaras e agora estou assustada, pois não sei com quem estou falando e pior ainda, me sinto nua, pois só as vestes não basta para esconder o que tenho de feio ou de pudor. Nunca pensei que precisasse ter uma máscara. Na verdade, nunca precisei tê-las, pois de onde vim não era preciso se camuflar. Quanto mais original mais preciosa. No meu conceito considerado mediano por uns poucos, usá-las significa ter que se esconder, iludir o mundo, transformarmos no que ele exige e ser aquilo que os outros querem que sejamos; criar interesses desinteressados, de uma personalidade distorcida e de um alguém a quem não somos. Mas já que estou nessa festa, me veio à pergunta “-Será, que os meus mascarados acham isso natural? será também que usam sempre a mesma máscara?”. Acredito que não!!! pois por baixo de uma unicidade aparente que cada um deles apresenta, existem múltiplas facetas, representada cada qual com a sua máscara. O meu receio porém é que aconteça comigo o que percebo que está acontecendo com os demais... Que as máscaras já tenha aderido ao espírito e que já são muitos.
E já que o espírito é matéria dual - etérea - com as contradições e as possibilidades que se apresentam em cada momento, de tanto precisar trocar de máscaras para se mostrar ou se esconder a todo instante, acabar também viciada a elas.