Em minha casa tem uma Bíblia dessas enormes no tamanho e no volume. Na verdade é uma relíquia ilustrada e com as bordas de cada página banhada a ouro. Uma herança da Família Lopez.
Esse artefato foi crucial em minha vida desde criança. Ela, a Bíblia significava para mim um instrumento de tortura ou alguma coisa parecida como um filme de terror por conta das gravuras. Daí toda vez que eu fazia alguma traquinagem (todos os dias e o dia todo) minha mãe dizia “-se vc não parar, vou pegar a Bíblia”.
As gravuras são muito bonitas pela estética, mas horríveis pelo sofrimento das pessoas!!!
A grande maioria pecadoras, com os olhos suplicantes e outros coitados nus e com suas cabeças decepadas por conta da Ira de Deus e de seus Anjos guardiões da moral e da Santidade.
Deus, era a caricatura de um homem enorme com cara de Netuno, iraaaaaado com um chicote elétrico tipo a espada de Zotar e na outra mão uma estaca empaladora como no filme Drácula de Brand Stock de Frank Ford Copolla.
Cruzes! Na minha imaginação adubada, eu não iria escapar daquilo qdo o Deus inquisidor me encontrasse de frente.
Daí veio à adolescência e eu já muito questionadora deixei de ir à igreja, pois não achava justo viver nessa agonia. Se tudo era pecado, porque nos fez humanos e com tantas fraquezas?! Por que tudo que é gostoso é pecaminoso? Por que tudo que é questionado é insano? Afinal, nós saímos ou não saímos da idade média?
E quer saber? Já que era pra ser daquela maneira eu também queria uns resultados mais “aparentes” qdo fosse à igreja. Queria o orador soltando raios nas mãos, queria música de fundo para cada enfoque e queria efeitos especiais no estilo Steven Spielberg.
Hoje adulta, já mais consciente e vendo que as coisas não são bem assim, desencanei.
Continuo rezando e indo a Igreja mas sem querer ser SAGRADA, pois estou longe da Santidade.
Passei a aceitar minha condição de PROFANA sim! Considerando que todos os pecados sendo administrados da maneira correta acabam sendo umas maneiras positiva de levar a vida.
A idéia de pecado não tem conotação religiosa. Pecar vem de "pecare” que significa "errar de alvo”. Sempre que "pecamos", erramos de alvo.
Admitir os seus 7 pecados capitais e suas conseqüências é o objetivo desta reflexão em busca de evolução do homem. .
A IRA: As origens da ira podem ser por perfeccionismo ou até mesmo por desqualificar nossa capacidade de solucionar problemas bem como a importância desses problemas.
A GULA: No sentido literal, gula é o excesso no comer e beber.
Na sua simbologia maior significa voracidade. A característica da gula é engolir e não digerir.
A INVEJA: Esses pecados não são claros, não são declarados. É o desgosto ou pesar pelos bens do outro, a dificuldade de admirar o outro, o sentimento de injustiça .
O ORGULHO: O orgulho para com os próprios feitos é um ato de justiça para consigo mesmo. Ele deve existir, como forma de elogiar a si próprio, dando forças para evoluir e conseguir uma evolução individual, rumo a um projeto de vida mais amplo e melhor.
A AVAREZA: Define-se como estar excessivamente apegado a alguma coisa levando a um grande medo de faltar, uma percepção de escassez.
A PREGUIÇA: A preguiça não se resume na preguiça física, mas também na preguiça de pensar, sentir e agir. É um freador das idéias e ações dentro do cotidiano e traduzido pelo "deixa para depois". Tem horas que parar um pouco também é uma estratégia.
A LUXÚRIA: Esse é o que mais gosto. É definida como uma impulsividade desenfreada, um prazer pelo excesso, tendo também conotações sexuais. A gente precisa de maaaaaaaais nessa vida.
A CIENTIFICIDADE: Esse eu criei!
Não aceito nada sem questionar.
Isso não te faz pecador. E sim uma pessoa interessante o suficiente pra qdo os homenzinhos verdes vier a invadir o planeta Terra no estilo Enterprise em busca de sementes, vc esteja pelo menos na fila dos escolhidos.