FRANKENSTEIN...o homem ideal!

Alto da Maravilha, esse nome é lindo, é poético e inspirador.

E eu fico ainda mais inspirada com a possibilidade de pagar R$12,00 reais por meia dúzia de qualquer marca de cerveja nesse lugar. Imagine isso num fim de mês com os bancos em greve, os pagamentos em cheque e o cartão de saque bloqueado! Não poderia haver nada pior se não fosse o Alto da Maravilha. O fato de lá só tocar música ruim e a falta de conforto do ambiente a gente sublima em nome da divina providência. Então!? Numa dessas, conversando justamente sobre isso, e outras mazelas do dia a dia, a pessoa me surpreendeu com uma pergunta nada básica: – “Afinal Lú, o que seria seu homem ideal?”. Púuuutz, que pergunta difícil! Pensei: - “Homem ideal? Isso existe? “ Ultimamente estou indo pelo critério de exclusão mesmo. O que as outras estão descartando, eu to pegando kkkkkkkk Adoro gente com defeito, pois são justamente os defeitinhos que dão sabor a relação. Eu acredito nisso sinceramente. Mas, vamos lá. Talvez juntando cabeças – troncos - membros e assessórios dos homens maravilhosos que passaram na minha vida quem sabe isso dar um homem ideal, né?!O pior é que eu só tive UM namorado no oeste, e uns CINCO ficantes aqui no sertão. Isso em termos de conhecimento sobre o universo masculino não completa nem meio homem, imagina um homem ideal inteiro! Gente, meu passado romântico é tão pouco explorado que até parece a famigerada letra da música Calypso, -“como uma virgem”. Calypso?! Tô andando demais no Alto da Maravilha! Deixa-me definir essa questão da seguinte forma: se eu descartasse os defeitos e pegasse só as qualidades dos meus antigos romances ou “finados” como dizem por aí, daria para fazer assim como fez o Doutor Henry Frankenstein ,o meu próprio Frank. E se não der, eu incluo um certo Amor Platônico armado e perigoso chamado Ch... Vai dar certinho! Como fala o serial killer, vamos começar por partes: Do meu ex-namorado J.A- Um homem que não se faz mais daquela maneira. Saiu em 98 do Sul do Brasil para o Oeste da Bahia só com sua formação acadêmica, uma pick up modelo antigo e algum dinheiro na conta poupança. Hoje é um profissional renomado, proprietário de uma construtora de sucesso e dono de várias pick ups modelos ponta de linha. Fisicamente, embora já esteja chegando aos 50 anos, continua cada dia mais bonito e mais disposto do que antes.

Eu tiraria dele para montar o meu Franck, os olhos de lince e os ombros largos de Hercules. Quanto às características, o seu espírito empreendedor e o potencial produtivo. Além claro, da sua preocupação constante com o meu bem estar, pois embora não seja mais meu namorado, está sempre segurando as minhas ondas. Dos meus cinco pegantinhos :

P.B – Queridíssimo. Apesar de muito tonto, acredito que por conta da idade, ele até que é cheio de boas intenções e seria capaz de qualquer coisa para me satisfazer. Não por meus belos olhos verdes que não os tenho, mas porque ele é assim com todo mundo. E é o único cara que conheço que tem o dom, a doença, ou o distúrbio de estar sempre sempre sempre disposto a “brincar”. Esses dias eu o encontrei na rua em pleno meio dia, um sol de rachar, desses que desanima qualquer filho de Deus. Daí quando ele desceu da moto para me dar um abraço, já estava visualmente “disposto”. Quanta testosterona num homem só!!!! L.E – Ele é todo saúde e adepto de uma vida livre e solta. Um homem que sabe o que quer e quando quer corre atrás meeeesmo. E sem perder a esportiva. Tem muitos amigos, e amigas até demais. Muito divertido essa criaturinha. Adoro ele. Só que por conta dessa energia que ele libera o dia todo, quando chega a noite o rapaz fica adepto de outro esporte chamado DVD (deita vira e dorme) Ninguém merece. Acooooooooooooooooorda Zé!!! G.L – Baladeiro de primeeeeeeira. Super alto astral e gastador igual a mim. Éramos dois doidos perdidos nas madrugadas do sertão atrás de festa festa festa. Foi uma fase muito legal que passei com o Guguinha. Tinha dias que a gente saia só para dar risada um do outro. Parecíamos crianças, pois era uma privação total de sentidos. Mas o ano passado (2008) foi para as bandas do EUA e hoje a gente só se comunica via e-mail. Com certeza ele vai ler esse post! E.M -. Sofisticado, inteligentíssimo e super dono de si. Ele seria eu de saia se tivesse nascido mulher. (kkk) Ali eu aproveitava tudo de físico por que ele é muito gostoso. Mas descartava completamente as características psicológicas por que ele é muito louco também. Tá com o Dudu é alguma coisa parecida com brincar de roleta russa. Hô sujeito sem noção! Alguém tinha que ter juízo nessa história toda. Dessa vez fui eu. B.W - foram os 35 dias mais perdidos da minha vida (*%#@&¨#) Nada se aproveita dali. Essa criatura não me rendeu nem uma historinha deste tamanhinho aqui ( “ ) Aff! Que falta de discernimento da minha parte... carência faz disso com uma mulher. T.H –Só para ter idéia, ele me rendeu os três últimos posts desse blog. Então eu não preciso falar mais nada de tão especial que ele é. Masssss caiu na mesma armadilha de Narciso, aquele da mitologia, que deslumbrado com a própria imagem (que eu construir) a criatura começou a cobrar ágil. Feio, muito feio... E como todos nós sabemos, igualmente a Narciso, T.H acabou tendo o mesmo destino. É... não tem jeito, vou ter que apelar para o Platônico mesmo! Ch... Como eu disse antes, ele é todo grande, armado e perigoso. O que me daria o privilegio de ter proteção domiciliar, e a deliciosa possibilidade de receber todos os dias uns bacorejos horas de mão, outras horas de língua e depois ser enquadrada com as seguintes frases ditas no português mais rebuscado da região do Vale. Ch: “- Você está sendo presa; tem o direito de permanecer calada”...ou não. Não tem direito a um telefonema, nem de avisar a seus familiares e muito menos à presença de um advogado. O que você disser a partir de agora poderá ser usado contra você mesma... Você está ciente dos seus direitos?”“. EU, num sorriso safadinho: “- Sim amor!” E tudo isso algemada a cama. Iria aprontar muuuuito só para tirar proveito desse fetiche ambulante chamado Ch. Eu queeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeero!!! O resultado final seria o seguinte. Uma criatura com mais ou menos 1.90 de altura; nem gordo nem magro; num tom de pele até então desconhecido; um cabelinho meio baixo com umas mechas aloiradas; uma perna diferente da outra; costas e braços tatuados; um olho azul e outro verde; talvez até um terceiro olho como um ciclope; e como vai levar de herança toda a bagagem intelectual e psicológica de todos os meus antigos amores, talvez tenha até uma tendência psicopata. BIZONHO! Quero nãoooooooooooooooooooooooooooo! Bem... Acredito que depois dessa, eu vou ter que continuar no critério “exclusão” mesmo. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk FIM!

SUITE Nº 05, POR FAVOR!

Um dia antes eu havia avisado em tom de ameaça: -“Olha só, com você ou sem você, amanhã vou fazer amor de qualquer jeito”. E ele, do outro lado retrucou: -” Você vai fazer amor comigo e eu ainda vou gozar dentro”.
Sorrir. No outro dia pela manhã, sentia o calor dos seus últimos sussurros que dizia assim antes de tudo começar: ”-Penso em você o tempo todo... Estou viciado em você... Durmo e acordo com um só pensamento, você... Isso está me tirando o sossego e revirando o meu juízo... Minha delícia”... Essas palavras tinham o som de um doce feitiço jogado sobre mim. E sabedor do efeito delas, ele via que se antes eu era a moça convicta e dona de tudo, e ali naquele instante eu não era dona de mais nada, e sim, havia me transformada num serzinho indefeso e entregue aos seus desejos. Tudo em mim lhe pertencia. E por sucção ele foi tomando meus lábios, língua, rosto, pescoço, peitos, barriga, umbigo, tudo ia ponto a ponto se dissolvendo na sua boca, que me conduzia a uma ardência funda e que me contorcia abrindo possibilidades antes inexploráveis, mas que sob tais movimentos circulares de sua língua eu mesma me roubava e me dava toda para ele. Entrei num êxtase alucinante e na minha máxima paixão e me oferecia inteira. Beijei sua boca molhada com loucura, sentia uma febre que me deixava enternecida e buscava engolir sua língua tão doce e tão quente como fonte de alimento para a minha alma de fêmea sedenta. Minhas pernas laçaram em torno do seu corpo puxando para dentro do meu centro, centro esse que havia se tornado o centro de sua morada naquele momento. Confesso que já ouvir essas frases de todas as maneiras, algumas vezes soltas, algumas vezes tensas, outras vezes cantadas, outras musicadas, e até mesmo choradas de quem via nisso um problema. Enfim, de todas as formas fora emocionantes, mas dessa vez só tinha uma definição: Impressionante! Afinal, não era para ele se sentir assim... Isso, esse sentimento embriagador, era coisa minha que estou acostumada aos alucinógenos. Foi uma apropriação total do meu discurso e do meu juízo. Ou da falta dele! Pois nessa louca aventura de amor, só eu posso sentir assim. Você não, amor... Complica. Depois não me importei com mais nada. Eu só queria me bastar em todos os sentidos e implorei para que ele viesse cada vez mais forte e mais dentro. E o seu corpo prazerosamente correspondeu a minha suplicas, e me penetrava cada vez mais anunciando que o melhor estava por vir. Agoniada, percebo que todos os tecidos da minha pele, fibra a fibra estão se desfazendo e sinto que a explosão está chegando... É bom demais!!! Está próximo... E chego ao ápice do prazer me desmanchando toda e ouvindo o seu último gemido. Dormir... Meu rosto e os meus seios nus encontravam-se apoiados no seu peito largo e macio de quem ainda dormia mergulhado no mundo do sossego depois de tantas emoções sentidas. E sendo eu uma criatura da noite, em pensamentos maldizia agonizante aquela claridade trazida pelo sol que invadia por todas as frestas, enchendo o nosso quarto de uma luz insuportável anunciando que aquele encantamento estava por terminar. De repente, ouço um bocejo e vejo seu corpo nu espalhando-se na cama. Ele me olhava sorrindo e dava um “-bom dia!” me puxando novamente para si. Perguntou se eu estava feliz, se dormir bem e deitou-se sobre mim. Beijou-me a boca com ternura e devagarzinho mergulhou no meu corpo ardente de vontade de tê-lo novamente. Meus dedos escorregavam em suas costas transferindo para ele a sensação de dor-ardor e prazer que eu sentia. Naquela manhã, estávamos apaixonados demais a ponto de até a nossa respiração ser sentida como um objeto cortante que rasgava os pudores e deixava de fora toda a nossa libido pulsante que mergulhada num tesão imenso, tinha gosto de vinho, saliva e quero mais. Nos amamos... E foi ainda melhor, pois nos descobrimos daquela maneira mais uma vez.

A PROFECIA FEZ-SE ALI.

Pela manhã ele me confessou... ”- Hoje acordei com vontade de fazer duas coisas...Uma delas é fazer amor com você. Horas depois, no nosso canto a beira de um riacho e sobre as estrelas, estávamos dispostos a nos descobrir mais uma vez. Nas caricias intermináveis, ele me perguntou: “-O que eu tenho para te atrair tanto assim”? Respondi então contando um fato interessante que havia me acontecido há 227 anos atrás. Eu tinha por volta de quatro ou cinco anos não sei ao certo. Cabelos finos e cacheados, olhos chorosos, rosto branco, bochechas coradas transparecendo todas as minhas sensações, lábios molhados de quem vivia chupando ou lambendo coisas açucaradas, vestida certamente um os típicos vestidinhos de algodão costurados por minha avó e enfeitados com arremates e laçarotes feitos por minhas tias papariquentas que para compor o figurino de princesa, me punha sempre umas calcinhas bunda-rica que me deixava parecendo uma patinha. Daí vem o famigerado apelido Lulu Patinha dado por meus tios babões. Embora sendo o tempo todo tratada feito um OVO, eu gostava mesmo era de brincadeiras de meninos. De correr no meio da rua, de nadar pelada e de colocar fogo nos quintais dos visinhos. Fiz isso aqui uma vez em Juazeiro na Rua 21 numa dessas visitas de fim de ano a um amigo dos meus pais. Foi um momento lindo. Mas ainda no Oeste - Quando ainda era essa menina, meu avô me ensinou uma coisa que ele nunca vai vir a saber, mas que a partir daquele momento ouvindo-o falar com um tratador de animais, aquela informação passou a ser determinante em minha vida. Meu avô me colocava sentada nos ombros e saia caminhando comigo pelos pastos. Nisso um dos tratadores falou: -“Sr. João, aquele cavalo bom que o senhor comprou para cobrir as éguas, não tá dando conta do recado não! Ele só chega, refuga e vai embora, o que fazer?”. Meu avô, muito calmo, olhando para o pasto enquanto terminava um cigarro feito à mão, acendeu, deu uma baforada e minutos depois respondeu seguro de si: “-Deixe o animal preso ao lado das fêmeas, mas não juntos... não dê a ele nem o que comer e o que beber por uns três dias e depois solte-o no meio delas”. Eu ali pendurada no pescoço do meu avô, achei tudo uma crueldade, mas não questionei, afinal era só uma criança que observava curiosa a tudo e a todos. Dias depois o cavalo que antes era vistoso e altivo, era agora uma imagem desoladora de uma carcaça segurada num fio de vida, mas que tinha nos olhos um brilho curioso, cheio de fúria e de desejos. Ele que antes ignorava as fêmeas, estava a todo o momento por conta do cheiro delas, tentando arrebentar a baia. Então meu avô deu voz de comando: – “solte-o” O cavalo então arrancou forças não sei de onde, pois até então havia passado fome e sede, não querendo saber de nada pulou no meio das éguas e cobriu a toooooodas que lhes era servido. Só as melhores e mais fortes, dizia o meu avô. –“Pois só as melhores resistem à fúria desse animal”. Depois sim, de terminado o cruzamento meu avô permitiu que lhe desse o melhor tratamento e todo conforto digno de um guerreiro. Eu ali, ávida, assistindo a tudo, havia testemunhado a força da natureza a favor da vida. Um verdadeiro Rito de Passagem me transformando numa profetisa. Não é a fome nem a sede que amedronta o bicho e o homem, é o desespero de morrer sem deixar herdeiros de sua força e de sua raça para que dessa maneira a sua passagem pela terra não tenha sido em vão. E para isso só resta uma alternativa – acasalar. Desde então quando vejo um homem reclamando da vida, me vem o pensamento: “_tire todo o conforto, deixe passar fome, sede e frio e veja o que acontece”. Alguns morrerão com certeza, pois é a lei natural das espécies, mas outros resistirão e se transfomarão em potencias. Então pela sua trajetória e percebendo que havia recebido esse mesmo tratamento imposto pela vida, Ele me pegou forte e me ofereceu mais uma vez um galope seguro.
Nesse momento, todas as minhas pulseiras de cristais swarovisk não resistindo a fúria dele espalhou-se aos seus pés como sendo um presente dos deuses a seu mais novo guerreiro. É o milagre da vida

HUMANOS.... SERES INSACIÁVEIS.

Sábado à tarde e um telefonema: “- Quer vim para o meu apartamento e ter mais uma noite daquelas?” Era meu amigo muito louco, muito gay e muito massa me chamando para a perdição. Domingo... 17h...ainda de ressaca com crises de vômito misturados com epocler e estomazzzzzil, eu era uma imagem horrível refletida no espelho, alguma coisa parecida com o filme O exorcista.
Na lembrança, um bofe alemão enorme passeado na nossa frente só e *cueca box; o som das risadas constantes; o cheiro dos cigarros importados que eles fumavam; o estampir dos lacres das cervejas; músicas de primeiríssima qualidade; os planos para nossa viagem internacional; o não sei como que eu cheguei em casa; no celular, chamadas perdidas de meninas e meninos querendo ser achados; a consciência pesada em ter feito isso comigo mais uma vez, e a certeza que no próximo sábado tudo se repete igualzinho.
*Sobre cueca box (os gringos acreditam que por estarem no nosso país, podem ficar nús...e para que não fiquem constrangidos com isso, a gente tira uma parte da roupa também. Optei em tirar a blusa ficando de sutian, saia e saltinho como forma de mostrar a cordialidade tupiniquim)
Mas, vamos lá! Eu resisto a tudo isso, pois somos HUMANOS.... SERES INSACIÁVEIS. Sempre que acontece esses encontros o chão treme pelos lados petrolinense do “mané dos arroz” e o tudo de trágico ou de cômico vira fatos irrelevantes na mesa redonda coberta de entorpecentes (chitos, tacos, batatas fritas, amendoins, limões cortados ao meio, sal, tequilas e pirlipimpim) todos sendo compulsivamente devorados, provocando dessa forma orgasmos multiplos intelectuais. Assuntos em pauta dessa vez: criação, ascensão, stress, um novo nome para imbróglio, (imbraúlio) qdo o assunto foi política e transferências psicológicas. E ainda sobre psicologia tomam-lhe neuras, pleuras, somarizações. Agora vamos falar de coisas boas: sócios do clube do vinho e as expectativas do próximo encontro no festival da Primavera.
Sobre mulheres interessantes: Saletes, Bêres, Uriaras, Inês, Pitas, Jades, Nices, Betânias.
Sobre os peguetes: agroboys, os GO GOboys, os motoboys, os Loverboys... e os que ainda viram com certeza. Meu amigo é muito puta!
Daí o interfone toca..."Alguém pediu pizza? Uauuuuuuuuuuu. É a pizza mais cara do mundo! cada um paga R$ 50,00 reais mas ninguém come nada e fica só olhando ele dançar. A cidade toda dormia enquanto víamos as luzes dos postes sendo engolidas pela Aurora Boreal que sobrava um vento fresco e renovador entrando pela janela. Conclusão: As leis que estabelecem o equilíbrio do universo são de uma sapiência absoluta e perfeita... Alguns elementos têm que se manterem inertesdormentes - indiferentes para que outros passem a existir. Mas nunca, insignificantes, pois todos somos partes supremas na cadeia alimentar que gera o vicioso ciclo da vida. É a Lei do Mais Forte e os fortes não perdem tempo dormindo num sábado quente feito os daqui da região. Para que dormir? Dormindo só se pode sonhar justamente com isso tudo que estamos fazemos acordados! Expectativas O Happa para essa semana: Superar nossos limites e crescer mais; enfrentar as dificuldades para ficar fortes; resolver os problemas para desenvolver a maturidade e desafiar mais o perigo para descobrir mais a nossa coragem.
E se alguém tiver que ser “comido”, que seja por um bem mais forte então!

A MINHA PELE TEM O FOGO DO JUIZO FINAL

- "Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar...
Ando tão à flor da pele que teu olhar flor na janela me faz morrer...
Ando tão à flor da pele que meu desejo se confunde com a vontade de não ser...
Ando tão à flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final...
Um barco sem porto sem rumo sem vela cavalo sem sela....
Um bicho solto um cão sem dono um menino um bandido...
Às vezes me preservo noutras suicido..."

NÃO FOMOS NÓS...Foi a Lua.

Considerada o astro dos deuses, a Lua, esse ser celeste mais próximo de nosso planeta, vem através da história inspirar adoração religiosa, lendas, músicas, astrologias, literatura e romances. Sim! Romances. Pois exerce uma grande força de atração gravitacional sobre a Terra e por tudo que está sobre ela.

A Lua representa o arquétipo de matriz e origem de todas as coisas, e por representar a matriz, a Lua tem um princípio feminino a sensibilizar mais ainda as mulheres, tanto no físico como no psicológico.

E tendo esses princípios femininos ao extremo, me vejo tanto física quanto psicologicamente, influenciada também. Pois até de forma astral, embora nascida Leonina do primeiro decanato e tendo como regentes a terra e o fogo, ainda assim, termino em câncer, que é dominado pela Lua. Então, por natureza torno-me um ser em eterna mutação. E a Lua, esse astro provocante, sabedora dos efeitos sobre mim, nessa última virada, mexeu comigo mais uma vez. Se a Lua exerce uma grande força de atração gravitacional sobre a terra, provocando as marés, imagine o que faz conosco simples mortais, que somos na nossa quase totalidade, fluidos?! Tudo que havia de lágrimas, sangue, suor e cerveja se misturaram provocando uma verdadeira Pororoca de proporções devastadora e incontrolável. Me deixando cheia de caprichos, e tirando o foco de tudo prático que me propunha a resolver nos últimos dias. Mas, a natureza age a favor da vida... E para que seja vida, é preciso se misturar, se fundir, se amar. Nesse propósito a natureza confabulou para tranformar o que era para ser um simples encontro, num encontro de almas com a chegada do crepúsculo. E resultando numa interminável sessão de entregas.

E aquele Homem que aos meus olhos no inicio do dia não passava de um predador, estava ali doce e tranqüilo na minha frente, despindo a minha alma, arrancando os meus segredos, esses mesmos segredos que me tornava um ser frágil e vulnerável. Em troca ele me oferecia colo, me decifrando inteira, disposto a me devorar se preciso fosse. Mais tarde, agora num descampado a beira do rio, rodeados de uma vegetação tipicamente sertaneja e tendo a Lua como testemunha, ela toda orgulhosa aguardava lânguida e premeditada os efeitos que tinha provocado. Naquele cenário, estávamos nós, criaturas forjadas a Ferro (ele) e a Fogo (eu) decididos a transformar aquilo tudo num outro elemento chamado PURA PAIXÃO. E para que essa fusão acontecesse, tínhamos por instinto a certeza de que tudo deveria ser de forma lenta... muito lenta...apreciada... degustada. Eu sendo o Fogo, só podia arder na minha máxima combustão, e ele sendo o Ferro, se derretia dentro de mim sem oferecer resistência alguma. Pois estávamos exercendo as nossas funções elementar da natureza das coisas. Com ternura, mas sabedor do poder fálico de sua voz em mim, murmurou assim no meu ouvido: “-olha a lua, fique olhando pra ela” Então fiquei. Antes eu era um mar revolto e que passava a ser então pura calmaria. Afinal, fez-se Lua Nova... Nova assim como a sensação de ser abraçada por ele daquela maneira afetuosa, onde serpenteava a língua no meu pescoço e me beijava como quem chupa uma fruta vermelha e suculenta. Ele era todo entregue aos acontecimentos e sabia que não tinha a menor necessidade de me provar mais nada.

Arrepiei-me como se todo o inverno tivesse enfiado sob a minha pele e na minha boca a luz gélida do Luar.... do Luar do Sertão. Os fluidos eram trocados por todas as vias. Bocas coladas, mãos escorregando, cheiros se misturando, sussurros suados nos ouvidos contando segredos inconfessáveis, e lágrimas... lágrimas de felicidade. Meu coração acelerado era uma barragem inútil que não segurava a pressão daquela fúria chamado amante. E foi se abrindo em fendas, estremecendo as paredes, soltando aos poucos tudo que eu havia represado dentro de mim. E não agüentando mais, explodir num gemido surdo de fora para dentro deixando a minha respiração descompassada. Mas tudo bem... Era um universo inteiro a ser explorado ainda. Um universo em forma de homem , belíssimo em todos os aspectos, viril e descaradamente repleto de desejos, que ali comigo não representava apenas músculos, pois havia também o tesão estampado em seu semblante que o deixava ainda mais gostoso. Era mais do que sexo, era dança e era poesia. Era atração de almas, e sensações expostas num frenesi marcado pela disritmia cardíaca e cerebral. Mas, para que cérebro mesmo??? Minutos pareciam horas, até vir o esperado e inevitável jorro explosivo de textura viscosa que molhou o meu rosto, entrando pela boca, descendo pela garganta, entupindo as narinas, molhando até os olhos e deixando no meu corpo a fragrância inconfundível do desejo satisfeito. (...) (...) (...) Fomos mais que pulsão sexual. Fomos só sensualidade aflorada. Fomos mais que duas criaturas sem pudores e sem pecados. Fomos os escolhidos para sermos vitimas do feitiço da Lua naquela noite. E foi um momento lindo. De volta para casa uma brisa suave lambia nossos rostos e refrescava nossos corpos. Já no meu quarto abrir todas as janelas para que a luz do céu entrasse. E sem forças, deitei sem me importar com mais nada, pois só queria dormir impregnada de luz, de relva, de orvalho, de seiva, de vida e de pura PAIXÃO.